sábado, 7 de janeiro de 2012

Cara, da CULPA eu me livrei!

Já contei em algum post desse blog que minha separação, sobretudo, me trouxe alívio. Com o passar do tempo tenho percebido quando mais aliviada tenho vivido. Todos os acontecimentos ruins, não digo do mundo porque a vida dele se restringe somente a ele e o que está ao seu redor num diâmetro de 10 mts mais ou menos, não mais que isso; era minha culpa 100%. 100% do que acontecia e não era bacana. Vejam, o que era bacana, jamais era elogiado, mesmo porque não havia nenhuma parcela de responsabilidade minha. NUNCA! Enfim, com 1 ano de namoro, estávamos voltando de Paraty, lugar que frequento desde muito pequena e que conheço bem a beça, subindo a serra, aquela foda de Taubaté, aquela do cotovelo, com chuva e muita neblina. Estava eu de co-pilota tentando auxilá-lo na medida do possível. Estavam com a gente minha irmã e a sobrinha dele. Num determinado momento, eu disse: "vire a esquerda, vire totalmente a esquerda". Minha irmã acordou comigo falando mais alto e gritou: "a esquerda". Boom! Abri o olho. Estávamos imersos em uma névoa branca, um cheiro esquisito pairava no ar e por um momento pensei: onde estamos? Tudo isso se deu com a abertura do air-bag. Tínhamos dado de cara com um muro de pedra. Na mesma hora, ele olhou para mim e disse: "a culpa foi sua". Hã? Como? Eu que estava dirigindo e você dando as coordenadas? Ouvi direito? Me lembro, eu disse "a esquerda". A culpa é minha, porra? Ou não me ouvia ou fazia com que não me ouvia  ou fazia questão de me mostrar que não dava moral para o que eu falava. Não era digna de ser ouvida. Minha irmã virou um bicho. Foi de dedo na cara dele. Eu fique atônita. Me interessava saber se todos estavam bem. Não estava elegendo culpados. Queria resolver o problema. Como sou acompanhada de muito sorte, e acho também que é por merecimento, sem querer me gabar, pessoas muito bacanas apareceram e nos ajudaram. Todos estavam bem. Tudo foi resolvido. E aí, diante disso, ainda fiquei com ele por mais 6 anos e meio. Por quê? NãO SEI! Vou identificar em algum momento. Tenho algumas idéias que dividirei com vocês em breve. Será uma boa discussão ... Acho até que vai dar para se divertir. Voltando a questão que intitula esse post, nos outros anos com ele, convivi com o apontamento da culpa em tempo integral, que óbvio eu retrucava. Não admitia. Eu não fazia isso. Não podia aceitar. Eu preservo a alegria e acredito que juntos podemos resolver o que incomoda, o que está ruim, o que deu errado. Era culpada pela TV pifar, por ele errar o caminho, pela multa que tomou quando sozinho voltava para casa, pela diarista que as vezes não aparecia, entre outras várias coisas. Como sempre havia brigas, depois das acusações, ele passou a omitir, mas aquele olhar inquisidor eu reconhecia. Agora eu não tenho mais culpa de nada. Não é incrível? Tenho sim várias responsabilidades e muita autonomia. Sou responsável pela minha busca em ser feliz, pelo menos a maior parte do tempo, sou responsável por por mim e por o que quero para mim. Sou responsável por ser De Novo Eu!

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